Conto Hot - A Piscina


Éramos um casal bem resolvido, bem sucedido e completos em nosso relacionamento. Apesar do curto tempo, tínhamos certeza que nosso amor veio de outras vidas. O sexo sempre foi maravilhoso! Por vezes selvagem, outras cheio de carinho, mas invariavelmente, repleto de amor. Não havia nada que nos faltasse... pelo menos é o que nós acreditávamos.


Aquele calor de janeiro, aliado às férias escolares, nos levou a uma viagem sem as crianças, afinal também precisamos de nossos momentos. Nos hospedamos em um hotel maravilhoso, onde chegamos na quinta à noite, com saída prevista pra segunda-feira. Nos acomodamos, mas o calor estava tão grande que resolvemos dar um mergulho na piscina pra refrescar um pouco... afinal, estávamos ali pra relaxar.


Descemos até a piscina, e já esperávamos que estivesse cheia em função do calor, mas nossa surpresa foi que, ao chegar lá, não havia mais ninguém. Mergulhamos com vontade, nadamos e relaxamos. Então, como por um estalo, eu olhei pra ela e falei: "Como você é maravilhosa!". Ela riu, meio sem graça, chegou perto de mim, e me beijou. O clima esquentou, e como não tínhamos visto mais ninguém, e já eram altas horas da madrugada, demos vazão ao nosso desejo, certos que ninguém estaria observando. Ou pelo menos, é o que achávamos.


Já no auge do nosso momento, ouvimos um baixo gemido, vindo de uma sacada no segundo andar. Estava escuro e não deu pra ver direito... mas percebemos que era uma mulher nos olhando e aproveitando o momento. Ficamos envergonhados, nos ajeitamos e resolvemos terminar nossa diversão no quarto. E, por incrível que pareça, o fato de saber que alguem tinha nos observado, só deixou a situação mais excitante. Não falamos sobre isso durante a noite, mas no café da manhã o assunto surgiu. Rimos. Admitimos que aquilo tinha sido excitante. A curiosidade nos tomou... a gente tinha que saber quem era aquela mulher.


Passamos a sexta-feira olhando todas as mulheres hospedadas no hotel. "Será que é aquela?". Mas não houve meios de confirmar nossa suspeita. Toda vez que o elevador parava no segundo andar, nós dois apertávamos as mãos - sim, a gente sempre anda de mãos dadas, por mais demodê que possa parecer - e olhávamos atentamente, mas nunca chegamos a ver ninguém que pudesse parecer nossa observadora. Não descemos pra piscina naquela noite, apesar da curiosidade... ficou meio óbvio que, se aquela mulher viu, mais alguém poderia ter visto também.


No sábado, já não prestamos tanta atenção nisso. Resolvemos aproveitar a estadia e esquecer aquele incidente. Mas no fundo ainda tínhamos esperança de saber que tinha aproveitado do nosso momento, tão bem quanto nós mesmos. Depois de um dia bem aproveitado, fomos a uma festa e nos divertimos muito. Chegamos já tarde no hotel. Até cogitamos descer pra piscina, mas o cansaço era tanto que não nos atrevemos.


Nosso último dia de hospedagem havia chegado, e já tínhamos perdido as esperanças de encontrar nossa observadora secreta. Aproveitamos o dia, e fomos pro quarto cedo, pois a viagem do dia seguinte seria cansativa. Pedimos um vinho e bebemos até tarde... a ideia era dormir cedo, mas a excitação e a vontade de aproveitar cada momento, não nos deixavam dormir. Enquanto conversávamos, surgiu uma ideia... vamos pra piscina? Era mais uma esperança de encontrar a nossa observadora, do que vontade de nadar. Descemos e mergulhamos na piscina desleixadamente, como se estivéssemos ali para ser observados mesmo. 


Passou um tempo e ninguém apareceu na sacada. Olhávamos sempre naquela direção esperando ver alguém, mas o quarto apagado nos dava a entender que não havia mais ninguém hospedado ali. Frustados, resolvemos subir, pra descansar nas últimas horas que nos restavam. Quando estávamos saindo da piscina, vimos ela chegar. Chegou tímida, sem olhar muito pra gente. Tirou seu roupão e mergulhou suavemente na piscina, do outro lado, parecendo não ligar muito pra nossa presença. Ficamos afoitos. Olhamos um para o outro, e com a cumplicidade de um casal que não esconde segredos, resolvemos permanecer um pouco mais. Em nenhum momento ela havia demonstrado ser a observadora da primeira noite, mas sabíamos disso. Nossa intuição sempre foi foda! Então, naturalmente, eu e minha esposa, começamos a nos beijar. Sinceramente, não faço ideia do que esperávamos. Ou não esperávamos nada. Foi algo meio instintivo, uma vontade de se libertar das amarras da sociedade que julgam quem somos por comportamentos preto e branco. Mas nos surpreendemos com a reação dela. Ela veio se aproximando de nós, com um olhar inocente, porém decidido. A luz da lua refletindo na piscina. A água quase parada, reverberando o movimento dela, se aproximando de nós dois. Não fosse pela água gelada, tenho certeza que nossa temperatura teria subido vertiginosamente naquele momento. Paramos de nos beijar pra esperar o que ela iria fazer. Ela chegou bem perto e perguntou: "Posso participar?"


Nesse momento, tenho certeza que, se tivéssemos mais maturidade, uma mente mais aberta, se tivéssemos conversado sobre isso anteriormente, teria sido uma experiência única, maravilhosa. Mas não esperávamos aquilo. Uma miscelânea de curiosidade em empolgação nos levou àquele momento, mas nada nos havia preparado para aquilo. Ficamos sem saber o que dizer. Acabamos saindo da piscina, e voltando pro quarto, e deixando nossa observadora na piscina, sem entender nossa reação. No quarto, o clima esquentou. Tivemos uma relação maravilhosa, quente. Demos vazão aos nossos desejos. Nos entregamos com todas vontade, com todo desejo, e algo mais. Retornamos de viagem renovados. Não só pelos ótimos momentos naquela hospedagem maravilhosa, mas por ter nos aberto a mente para novas possibilidades. Possibilidades são limitadas apenas pelo nosso desejo, e pelo consenso que o amor do nosso relacionamento nos permite desfrutar.

Autor: Daniel

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